Comerciantes da Zona Oeste do Rio sofrem ameaças de bandidos da milícia para aplicação de golpes
Comerciantes da Zona Oeste do Rio de Janeiro estão denunciando uma nova onda de ameaças por parte de bandidos que fingem pertencer à quadrilha da milícia. Os criminosos estão utilizando essas ameaças para coagir os comerciantes a realizarem transferências de dinheiro, através de PIX, sob ameaça de atos violentos, como incendiar suas residências.
Ameaças e golpes nas zonas do Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá, Sepetiba, Santa Cruz e Campo Grande
Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, caiu no golpe na manhã desta quarta-feira (24). Ela conta que os bandidos chegaram a enviar fotos da fachada de sua casa, aumentando o medo e a pressão para que ela atendesse às suas exigências.
"Eles começaram a fazer ameaças dizendo que iam tacar fogo na minha casa se eu não arrumasse os R$ 2 mil para eles", relata a vítima, que gravou a ameaça em áudio.
Com medo das consequências, a vítima acabou cedendo às exigências e fez uma transferência de R$ 1 mil para os criminosos.
Ação dos bandidos e ligação de presídios
A polícia afirma que os bandidos utilizam informações disponíveis na internet para simular que conhecem os endereços e a rotina das vítimas, aumentando a intimidação. No entanto, essas informações são retiradas de sites na internet e não são fruto de um verdadeiro acompanhamento dos criminosos.
O golpe tem ocorrido em diversas áreas da Zona Oeste, como Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá, Sepetiba, Santa Cruz e Campo Grande. A principal forma de pagamento exigida pelos criminosos é o PIX, devido à facilidade e rapidez das operações.
A tenente Andressa Cunha, coordenadora do Recreio Presente, afirma que os criminosos utilizam o "dom do convencimento" e uma engenharia social para obter informações sobre os estabelecimentos comerciais na internet. As investigações apontam que as ligações estão sendo feitas por pessoas de criminosos presos em um presídio de Japeri, Engenheiro Pedreira.
Investigações em andamento
A Polícia Civil está investigando os casos e orienta que as vítimas registrem o golpe nas delegacias mais próximas. É importante que todas as informações sejam repassadas às autoridades, para auxiliar na captura desses criminosos.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro informou que não recebeu nenhuma informação oficial sobre essa investigação específica, mas está realizando vistorias em algumas unidades prisionais motivadas por uma investigação da Subsecretaria de Inteligência da Seap. Até o momento, duas aparelhos celulares foram apreendidos durante as vistorias, e todos os itens confiscados serão entregues à 42ª Delegacia de Polícia.
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