O processo de demolição do prédio que desabou em Salvador
No dia 26 de novembro, um prédio localizado no bairro do Comércio, em Salvador, desabou parcialmente, causando preocupação e alvoroço na cidade. A edificação, que abrigou por 107 anos o famoso Restaurante Colon, foi cenário de momentos históricos e já foi mencionado na obra literária "O Sumiço da Santa", escrita pelo renomado autor baiano Jorge Amado.
Interdição e demolição gradual
Antes do desabamento, o prédio já havia sido interditado pela Defesa Civil da capital baiana, a Codesal, na quarta-feira anterior, devido aos riscos de desmoronamento. Na manhã seguinte ao incidente, a Prefeitura de Salvador iniciou o processo de demolição gradual, visando preservar ao máximo a estrutura histórica do imóvel e garantir a segurança dos profissionais envolvidos.
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) é a responsável pela execução da demolição, sob a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ainda não há um prazo definido para a conclusão da operação, e o local permanecerá isolado até a finalização dos trabalhos.
Riscos e custos
De acordo com o diretor de fiscalização da Sedur, Antônio Lins, os custos relacionados à demolição e limpeza serão de responsabilidade do proprietário do imóvel. A falta de manutenção adequada foi apontada como uma das causas do desabamento, e a notificação para suspender as atividades comerciais e evacuar o local foi emitida ao responsável pelo estabelecimento em setembro de 2020.
A interdição do restaurante e do imóvel foi determinada até que os problemas estruturais fossem solucionados, especialmente nos três últimos andares superiores. A Codesal informou que o prédio apresentava desprendimento de reboco na fachada lateral, o que representava um risco potencial para os ocupantes e transeuntes.
Inspeções e responsabilidades
A Codesal realizou diversas inspeções no local ao longo do tempo, sendo que a última delas ocorreu no dia 24 de novembro, dois dias antes do desabamento parcial. Nessa ação, a área ao redor do prédio também foi isolada por precaução, com a ajuda da Transalvador.
O Iphan, que tombou a área onde o imóvel está localizado, afirmou que há um processo de fiscalização em curso desde 2022 para verificar a possível degradação do local. Segundo o instituto, a responsabilidade pela conservação de bens tombados é dos proprietários, e medidas cabíveis serão adotadas, inclusive com a aplicação de multas, em caso de negligência.
O fechamento do Restaurante Colon
Após mais de um século em funcionamento, o Restaurante Colon encerrou suas atividades em novembro de 2021. Fundado em 1914 por José Maria Orge, um imigrante espanhol, o estabelecimento era conhecido por receber personalidades como Jorge Amado, Carlinhos Brown, Neuza Borges e Nelson Rufino.
A decisão de fechar o restaurante ocorreu devido aos impactos causados pela pandemia de Covid-19. O último dia de funcionamento foi marcado por uma atmosfera de tristeza tanto para os clientes quanto para os funcionários.
Apesar disso, os proprietários do Restaurante Colon planejavam reabrir o local em um imóvel na Rua Conselheiro Saraiva, também no bairro do Comércio. No entanto, essa nova empreitada não se concretizou.
Conclusão
O processo de demolição do prédio que abrigou o Restaurante Colon, em Salvador, após o desabamento parcial, está em andamento. A ação está sendo realizada pela Sedur, com a supervisão do Iphan. O objetivo é garantir a segurança dos profissionais e preservar ao máximo a estrutura histórica do imóvel.
A interdição do local foi motivada pela falta de manutenção adequada e pelos riscos de desmoronamento. Os custos relacionados à demolição e limpeza serão de responsabilidade do proprietário do imóvel.
O caso reforça a importância da conservação de bens tombados, sendo responsabilidade dos proprietários garantir a integridade desses patrimônios históricos. O fechamento do Restaurante Colon, após mais de um século de funcionamento, também representa mais um impacto da pandemia de Covid-19 no setor gastronômico.
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