O fim de ano chegou, mas as encomendas dos Correios não
O fim de ano é uma época em que muitas pessoas fazem suas compras, tanto dentro do Brasil quanto fora dele. No entanto, diversos moradores do Rio de Janeiro estão enfrentando a frustração de não receberem suas encomendas feitas pelos Correios, algumas delas destinadas a presentes de Natal.
O problema tem afetado, especialmente, os serviços de entrega dos Correios no estado do Rio de Janeiro. Segundo relatos recebidos pela equipe do RJ1, diversas pessoas estão aguardando suas encomendas há meses, sem previsão de quando elas serão entregues.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Estado do Rio de Janeiro (Sintect-RJ) afirma que a falta de funcionários e as precárias condições de trabalho estão entre as principais razões para os atrasos nas entregas.
O caso da fotógrafa Márcia Rodrigues
Uma das pessoas afetadas por esses atrasos é a fotógrafa Márcia Rodrigues. Após fazer as fotos, ela costuma enviar os arquivos para uma empresa de São Paulo que faz a impressão dos álbuns para os clientes. No entanto, ela aguarda há meses a entrega de um pacote contendo dois álbuns, um com fotos do aniversário de 90 anos de uma senhora e outro de um recém-nascido.
Márcia descobriu que o pacote está parado no centro de distribuição de Benfica e foi até lá em busca de informações sobre a entrega. No entanto, segundo seu relato, saiu do local sem nenhuma previsão por parte dos funcionários dos Correios. A situação tem atrapalhado seu trabalho e causado frustração tanto para ela quanto para seus clientes.
Os problemas enfrentados pelos trabalhadores dos Correios
O Sintect-RJ relata que os atrasos nas entregas não são decorrentes apenas do aumento no número de pedidos no fim do ano, mas também de problemas internos na empresa. Nos últimos meses, os funcionários terceirizados dos Correios tiveram seus salários e benefícios atrasados, o que ocasionou uma greve por parte desses trabalhadores.
Em novembro, o sindicato conseguiu um acordo junto ao Ministério do Trabalho para regularizar essa situação, porém, nem todos os funcionários retornaram ao trabalho. A falta de pagamento e as más condições de trabalho fizeram com que muitos optassem por não voltar às suas funções.
Segundo Marcos Ant'Aguida, presidente do Sintect-RJ, os trabalhadores que continuam exercendo suas funções estão sendo sobrecarregados, tendo que assumir outras atividades. Isso tem afetado especialmente o Centro de Distribuição de Benfica.
O presidente do sindicato também aponta que a falta de contratação de novos funcionários é um problema recorrente nos Correios há quase duas décadas. Enquanto antigamente o estado do Rio de Janeiro contava com cerca de 16 a 17 mil funcionários, atualmente esse número é de apenas 9 mil.
A falta de respostas e a angústia dos clientes
Enquanto a situação nos Correios se arrasta, os clientes seguem relatando suas dificuldades. É o caso de Edson Macena, morador de Campo Grande, que aguarda há quatro meses pela entrega de uma encomenda feita no dia 24 de agosto. O produto saiu da China no dia seguinte, chegou em Curitiba no dia 29 e desde então está parado sem nenhuma previsão de entrega.
Mesmo após fazer várias reclamações, incluindo uma para a ouvidoria dos Correios, Edson não recebeu nenhuma resposta ou solução para o problema. Ele afirma ter ficado apenas com a informação de "pagamento comprovado aguardando entrega" ao pesquisar o status da encomenda.
Outra cliente, Damiana Delegá, fez uma compra internacional nos Estados Unidos, mas o pacote também está parado no Centro de Distribuição de Benfica. Ela pagou pelo produto e pelos impostos, mas agora fica ansiosa sem saber se receberá o que comprou.
As respostas dos Correios
Em resposta às reclamações, os Correios afirmam que as encomendas mencionadas na reportagem serão entregues aos usuários até o fim de semana. No entanto, a falta de respostas e soluções concretas por parte da empresa tem aumentado a frustração dos clientes.
A situação dos atrasos nas entregas dos Correios no Rio de Janeiro reflete problemas estruturais e de gestão na empresa, como a falta de funcionários e más condições de trabalho. Para resolver essa situação, é necessário um esforço conjunto de todas as partes envolvidas, incluindo a contratação de mais funcionários e a melhoria das condições de trabalho, visando garantir a qualidade e agilidade do serviço prestado.
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