Com quase um ano de atraso, lista dos criminosos mais procurados do país é atualizada
O governo Lula (PT) concluiu a atualização da lista dos criminosos mais procurados do país, que estava pendente há quase um ano. O Jornal Nacional teve acesso exclusivo à nova versão, que ainda não foi divulgada oficialmente. A relação, que não era atualizada desde a gestão de Jair Bolsonaro (PL), agora conta com 19 foragidos da Justiça, sendo que oito deles já constavam na lista anterior. A captura desses criminosos passa a ser prioridade para as forças de segurança após a divulgação oficial da lista pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável por sua produção.
Mega-assaltantes e chefes do PCC
Dos criminosos presentes na versão atualizada da lista, dez deles têm mandado de prisão por envolvimento em mega-assaltos a bancos e carros-fortes, utilizando pessoas como escudos humanos e armamento pesado. Além disso, cinco são apontados como líderes de facções, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), e outros quatro são acusados de tráfico internacional. Todos possuem mandados de prisão preventiva, sendo que 13 já foram condenados anteriormente.
O governo já prometeu revisar a lista no ano anterior, mas o processo foi prolongado. De acordo com fontes, o Ministério da Justiça não deu prioridade à atualização da lista, ao mesmo tempo em que as polícias demoraram para fornecer as informações necessárias sobre os criminosos ao governo federal.
Razões para o atraso
Segundo informações obtidas pelo Jornal Nacional, os atrasos na atualização da lista se devem a dois principais motivos. O Ministério da Justiça não tratou a lista com prioridade, enquanto as informações sobre os criminosos demoraram a ser fornecidas pelas polícias. Tadeu Alencar, secretário nacional de Segurança Pública, prometeu publicar a lista ainda neste ano, sem mencionar as causas do atraso.
O objetivo é finalizar e normatizar a lista ampliada até o final deste mês. Estamos em fase de finalização e edição da portaria que vai regulamentar o assunto.
Quem entra na lista dos mais procurados
A seleção dos criminosos que compõem a lista foi baseada em critérios como o potencial de letalidade de suas ações, como o uso de fuzis e "domínio de cidades", bem como o envolvimento em organizações criminosas de alcance nacional e internacional.
Utilidade da lista
A lista dos criminosos mais procurados serve como uma ferramenta para orientar as ações policiais no país, aumentando as chances de captura. Além disso, mantém a população em alerta para que possam fornecer informações e pistas que ajudem na localização desses criminosos. A lista é uma medida de combate à criminalidade e busca garantir a segurança da população.
Processo de elaboração da lista
Uma equipe de investigadores do Ministério da Justiça é responsável pela consulta a policiais civis, militares e federais de todo o país para obter informações atualizadas sobre os criminosos mais procurados. Tadeu Alencar afirmou que uma portaria com regras foi elaborada para guiar a produção da lista, e ajustes foram feitos com base nas recomendações da consultoria jurídica do ministério.
O projeto de criação da lista foi iniciado em 2020, durante a gestão de Sergio Moro como ministro da Justiça. No entanto, o projeto não avançou após a saída de Moro do governo Bolsonaro em abril daquele ano. Dos 22 integrantes da lista anterior, 11 foram capturados e um foi morto.
Exclusão de milicianos
A nova versão da lista não inclui líderes de grupos paramilitares, uma vez que suas ações são restritas a âmbito local. Moro, durante sua gestão como ministro, insistiu para que Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko e chefe da maior milícia do Rio de Janeiro, fosse incluído na lista. No entanto, Ecko foi morto pela polícia em junho de 2021.
O Jornal Nacional contatou as defesas dos foragidos para obter comentários, mas não obteve retorno até o momento.
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